Porrada de Natal..tá valendo!





Sabe aqueles dias que você se sente uma merda só porque viu um filme de 2009? Nada a ver com o ano não..apenas sugerindo que é antigo e ainda assim desarruma sua cabeça toda. Pois é, rabanadas e o Rei chegando e é época de pensar MESMO no que tanto a gente faz da nossa vida. Não! Sem conselhos ou esporros. Eu que ando precisando disto, rs.  Na verdade o filme “ My Sister’s Keeper”  (o único trabalho decente de Cameron Diaz por sinal), é uma PORRADA em caixa alta mesmo na sua cabeça, no seu coração, nas suas ideias tortas.

O ano de 2012 se foi e aí? O que foi feito? O que foi realmente cumprido do dia 31/12/2011 ? Patético isso né? Sempre nos fazendo promessas. Ou pior: fazendo promessas ao Universo ou a Iemanjá. É necessário que esperemos até o último dia do ano para que possamos mudar tudo? Começo a ver, a pensar, a sentir que não.

Bom, o filme é sobre um casal que tem  dois filhos e a menina tem leucemia. Eles fertilizam in vitro uma criança SÓ PARA SER UMA FILHA DOADORA para a irmã doente. Só que essa filha cresce né? E foi tudo tão devastador na minha cabeça. Não pelo câncer, até porque qualquer um de nós pode passar por isso, mas o roteiro é tão criativo, tão bem amarrado que você esquece que a filha tem leucemia. Outras coisas se levantam na família, no casal, entre os três filhos... será que a menina que foi gerada para ajudar a irmã tem mesmo que passar por anos de hospital só para dar mais vida a outra? Será que a outra não merece? Enfim, não vou contar o filme pra vocês (mesmo que ele não tenha nenhuma surpresa que abale os cinéfilos de plantão por aqui). Só indico. Não, eu não indico! Eu ordeno que as pessoas que são sensíveis e me dão o prazer de passar por aqui, assistam.

E ao final dele, em lágrimas, eu pensei: que quantidade de merda que to fazendo em minha vida meu Deus? Por que isso, por que aquilo, por que não me deixei levar por aquilo outro, por que reclamo de coisas pequenas... e vários “por quês” a mais que saíram da minha cabeça. E no final a conclusão é uma só: a gente tem que mudar pela gente, não por ninguém. A gente tem que mudar porque o primeiro sorriso TEM QUE SER para o espelho. 

Deus...quanto tempo perdido tentando capturar coisas que se não voltaram é porque nunca foram minhas... e aí as fichas vão caindo, tilintando no chão...me fazendo ver e acreditar que é tudo mais que frágil e raro. Por isso tenho horror ao medo que me paralisa. A gente tem que se machucar né? Se não, qual seria a graça da vida? Me enjoam pessoas sempre felizes, entupidas de romantismo de Shakespeare. Me enjoam mesmo! Pessoas amam, sofrem, vivem, brigam, lutam, ganham, perdem..pessoas de verdade passam por processos e o fato é um só: se a gente não aprende pelo amor... a vida vai nos ensinar pela dor. E aí a gente aprende de verdade!

Quantas pessoas (amores, amigos) perdemos à toa. Brigando, xingando, sendo broncos, arrogantes, desalmados até. Usamos por vezes as pessoas sem nos preocuparmos no que elas vão sentir depois. Porque mágoa é um barato que dói viu? E que fica um tempo arranhando você por dentro. Por mais que sejamos positivos, otimistas...desculpas não apagam nada. O certo é que nós consigamos ultrapassar essas coisas de “ano que vem eu vou mudar”, quando podemos fazer isso ainda hoje à noite. Ligar para alguém dizendo que sente muito, pedir desculpas de coração aberto, dizer que ama (seja um amor, um parente, um amigo). Essas coisas é que fazem as mudanças dentro da gente. Essas coisas pequenas é que são realmente transformadoras.

Por isso, vejam o filme...prestem atenção. Esqueçam da doença que comove. Prestem atenção a cada conversa, a cada sentimento que não é exposto, mas você pode notar. O que vale é isso!


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